Líderes evangélicos ligados ao Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB) divulgaram, nesta terça-feira (2), uma carta pública contra o PL nº 2234/2022 que legaliza bingos, cassinos e jogo do bicho no país. No documento, os pastores afirmam que irão expor os nomes dos senadores que votarem a favor da proposta, atualmente em tramitação no Senado Federal.
A estratégia inclui “expor publicamente” os parlamentares que votarem a favor da legalização dos jogos de azar, como cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos.
Segundo reportagem do portal Metrópoles, a pressão sobre o Senado deve aumentar nos próximos dias, com a ameaça explícita de divulgação dos nomes dos favoráveis ao projeto.
A ofensiva está sendo articulada pelo Grupo Aliança, formado por pastores influentes como Silas Malafaia e Samuel Câmara. O grupo publicou uma “Carta de Repúdio à Aprovação da Jogatina”, que já circula entre senadores e lideranças religiosas, e pretende barrar o avanço da proposta, cuja votação é prevista para ocorrer antes do recesso parlamentar de julho.
Na carta, os religiosos listam argumentos contrários à legalização, como o risco de endividamento familiar, aumento da criminalidade, impactos negativos na saúde mental, além da possibilidade de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Eles também destacam que Polícia Federal, PGR e Sindifisco emitiram pareceres contrários à medida.
Assinam o texto lideranças como Silas Malafaia, Estevam Hernandes, Robson Rodovalho e César Augusto, entre outros nomes de peso do meio evangélico.
O manifesto ainda alerta para os “efeitos devastadores” da liberação dos jogos, especialmente sobre as camadas mais pobres da população, e promete cobrar coerência de senadores evangélicos ou ligados à bancada cristã.
A mobilização reforça a histórica resistência de parte das igrejas à legalização dos jogos no Brasil. A estratégia de exposição pública tem o objetivo de enfraquecer o apoio parlamentar e gerar desgaste político entre os eleitores desses senadores.
A expectativa é de que o projeto avance ainda neste semestre, caso não haja articulação suficiente para barrá-lo no plenário.
Lula é favorável ao projeto
O projeto de lei que legaliza os jogos de azar enfrenta resistência ideológica de senadores ligados a pautas conservadoras. A proposta autoriza a instalação de cassinos em polos turísticos e complexos integrados de lazer, além de revogar a lei que criminaliza o jogo do bicho desde 1946.
O projeto conta com apoio do governo, que vê na medida uma potencial fonte de arrecadação. Em junho do ano passado, o presidente Lula declarou que sancionará a proposta caso ela seja aprovada pelo Congresso.
“Sempre achei que o jogo do bicho era o que mais distribuía dinheiro. O cara acorda de manhã e vai apostar. Isso é considerado uma contravenção, proibido. Mas e a jogatina que tem hoje na televisão? No esporte? Criança com celular na mão fazendo aposta o dia inteiro? Quem segura isso?”, disse o presidente na ocasião.














