Os planos para construir o primeiro cassino completo de Manhattan no coração da cidade foram finalmente descartados. O Comitê Consultivo Comunitário (CAC, na sigla em inglês) local, encarregado de decidir se o pedido da ‘Praça da Liberdade’ seria levado em consideração pelo estado, rejeitou a proposta por 4 votos a 2. Outros dois locais propostos em Manhattan foram rechaçados na semana passada.
Isso deixa cinco projetos de cassino na região da cidade de Nova York na disputa para garantir uma das três lucrativas licenças de cassino que devem ser concedidas pelo estado.
O projeto de US$ 11,1 bilhões da gigante do entretenimento Mohegan e do Grupo Soloviev, próximo à ONU, incluiria a construção de várias torres ao longo do East River com mais de mil apartamentos, 1.250 quartos de hotel, 2 hectares de área verde e um “Museu da Liberdade e da Democracia”, além do cassino.
Mas sua proximidade com as Nações Unidas — que atualmente sedia sua Assembleia Geral anual — somada à oposição de longa data da comunidade, acabaram condenando o projeto.
A decisão desta semana foi aplaudida pelas autoridades eleitas locais representadas no Comitê Consultivo Comunitário que rejeitaram a Freedom Plaza: o presidente do distrito de Manhattan, Mark Levine, a senadora estadual Kristen Gonzalez, o deputado Harvey Epstein e o vereador Keith Powers.
“Nossos vizinhos do East Side de Manhattan comunicaram a nós e ao Comitê Consultivo Comunitário, por meio de horas de audiências públicas, preocupações significativas com o aumento do congestionamento, a segurança pública e as questões de qualidade de vida que este projeto traria à nossa comunidade”, disseram eles em um comunicado conjunto. “Por esse motivo, apoiamos a decisão do CAC hoje de não avançar com a proposta do cassino na Freedom Plaza”.
O CEO do Soloviev Group, Michael Hershman, disse que a equipe se sentiu “honrada” pelo apoio recebido ao longo do caminho.
“Estamos orgulhosos de nossa parceria com Mohegan e da visão que norteou este projeto, que teria revitalizado Midtown East e beneficiado trabalhadores, moradores e organizações de toda a cidade”, disse ele em um comunicado à imprensa. “Manhattan é a capital indiscutível do mundo e merecia um resort totalmente integrado que atraísse visitantes e atendesse às necessidades de sua comunidade”.
A votação do comitê foi o ápice de anos de campanha acalorada e inúmeras reuniões comunitárias. Ela ocorre menos de uma semana depois de dois comitês rejeitarem as únicas outras propostas de cassinos em Manhattan, na Times Square e em Hell’s Kitchen.
Somente os candidatos aprovados por seus respectivos Comitês Consultivos Comunitários avançarão para análise pelo Conselho Estadual de Localização de Instalações de Jogos.
Com Manhattan fora de cogitação, o foco agora se desloca para fora da cidade. Dois “racinos” existentes, o MGM Empire City em Yonkers e o Resorts World no Queens, são vistos como favoritos na disputa pela licença. Ambos têm suas votações no comitê agendadas para esta quinta-feira (25).
Enquanto isso, o The Coney, único concorrente para cassinos no Brooklyn, parece estar em apuros, já que vários membros do Comitê Consultivo Comunitário anunciaram sua oposição na segunda-feira, antes de uma votação final ainda não agendada.
Isso deixa o projeto favorito do proprietário do Mets, Steve Cohen, o Metropolitan Park, no Queens, e o Bally’s, no Bronx, como os curingas restantes.
O prefeito Adams disse que acha que os projetos deveriam ter sido encaminhados para análise estadual. Seus representantes no Comitê Consultivo Comunitário votaram a favor dos três pedidos vetados para cassinos em Manhattan, juntamente com os indicados pelo governador Hochul.
“Usando seus representantes em três Comitês Consultivos Comunitários, autoridades eleitas injustamente tiraram Manhattan do jogo antes mesmo de ele começar”, disse Adams.
“Este é um resultado lamentável, pois mais propostas fomentam a competição, levando a planos mais fortes que proporcionam maiores benefícios públicos. Para ser claro, isso não é simplesmente uma rejeição de um novo cassino em Manhattan — é uma rejeição de novas moradias, novas escolas, bilhões de dólares em investimentos e muito mais para o distrito”.
As votações restantes do comitê ocorrerão até 30 de setembro, antes da decisão final do estado em 1º de dezembro. As licenças serão emitidas até o final do ano.
